![mesa de alimentos que dão energia](https://blog.nakednuts.com.br/wp-content/uploads/2021/02/vegetais.jpeg)
A dieta cetogênica, que data oficialmente, de 1920, como um tratamento alternativo aos medicamentos utilizados para tratar a epilepsia refratária em crianças, abriga algumas modalidades dentro dela, tais como a “Dieta Cetogênica Clássica”, a “Dieta Atkins Modificada”, a “MCT” (Medium Chain Triglyceride Ketogenic Diet – Dieta Cetogênica de Triglicerídeos de Cadeia Média) e a LGIT (Low Glycemic Index Treatment – Tratamento de Baixo Índice Glicêmico).
No geral, qualquer dieta cetogênica busca a mesma coisa: estimular a produção de corpos cetônicos, produzidos no fígado, utilizando-os como fontes para a produção de energia, devido à baixa quantidade de carboidratos, conferindo estado de cetose ao indivíduo, semelhante aos casos de jejum, onde surgiram diferentes protocolos, no intuito de que esses melhorassem a adesão, sem a necessidade de restringir o tempo hábil para a alimentação de forma brusca.
Neste artigo falaremos mais sobre essa dieta, como funciona, seus benefícios e malefícios. Se preferir, escute este conteúdo no segundo episódio do Naked Saúde, nosso podcast, onde convidamos três profissionais da saúde para explicarem sobre dieta cetogênica, de forma bem didática e sucinta (menos de 10 minutos). Confira!
O que é dieta cetogênica?
Conforme mencionamos anteriormente, a dieta cetogênica é uma dieta alimentar que visa a utilização de gordura como combustível para o seu corpo. De uma forma bem popular, essa linha de alimentação busca estimular o organismo a priorizar os ácidos graxos como fonte de energia, principalmente triglicerídeos, para a formação de corpos cetônicos (o que confere seu nome – “cetogênica”), pois os ácidos graxos livres (AGL) por si só, não são capazes de ultrapassar a barreira hematoencefálica (uma estrutura de proteção entre o sangue e o sistema nervoso central), logo não torna possível sua utilização como fonte energética.
Para que o corpo entenda que a “gordura” é o nutriente mais favorável para a geração de energia, é necessário seguir uma dieta com restrições, relacionadas principalmente a quantidade de carboidratos e parcialmente de proteínas.
A principal atenção mantém-se no carboidrato, onde na versão “Clássica”, até 20g diários ou 5% da ingestão de calorias diária é aceitável. Enquanto para as proteínas, essas permanecem numa proporção de 1g/kg corporal, por dia; ou seja, se você possui 70 kg, deve manter um consumo diário de 70g de proteína subdivididas entre as suas refeições. Vale lembrar que isso não torna a dieta cetogênica um sinônimo de dieta Low Carb.
Além desse, em outros protocolos mencionados, como o MCT e o LGIT, existe uma maior oferta de carboidratos. No MCT, existe o consumo de gorduras com capacidade mais cetogênica – o que possibilita o aumento no consumo de carboidratos, e no LGIT que se caracteriza pelo consumo de carboidratos de baixo índice e carga glicêmica (lembrando que glicemia refere-se a glicose no sangue; índice glicêmico seria a taxa de velocidade com a qual a glicose chega na corrente sanguínea; carga glicêmica seria a quantidade total de glicose oferecida por aquele carboidrato ao sangue). Já a MAD mantém uma restrição severa de carboidratos no dia a dia, com uma maior quantidade de proteínas e leve redução na quantidade de gorduras, mesclando proteínas de origem vegetal e animal, no intuito de não interferir no estado de produção dos corpos cetônicos.
O consumo de proteínas durante as refeições deve ser observado, pois quando acima do ideal e conforme a proteína, o organismo entra em gliconeogênese, ou seja, ele passa a transformar os aminoácidos (formadores das proteínas) gliconeogênicos em glicose e, consequentemente, o organismo passa a priorizar esse processo, dificultando o processo de cetose.
Ressaltando que vale o bom senso na hora de escolher os alimentos que farão parte da sua dieta, sempre respeitando os conceitos básicos da nutrição.
![tabela de modalidades da dieta cetogênica](https://blog.nakednuts.com.br/wp-content/uploads/2021/07/DIETA-CETOGÊNICA.png)
3 Benefícios da Dieta Cetogênica
1. Adaptação metabólica
Com a adequação na dieta cetogênica, o indivíduo passa a sofrer uma adaptação, principalmente no sistema nervoso central, onde passa a utilizar em suas células os corpos cetônicos como fonte de energia, adaptando-se e tornando mais eficiente sua oxidação, promovendo assim uma maior e mais duradoura, geração de energia.
Tal tática costuma ser implementada no processo de treinamento de atletas da modalidade de “endurance” (esporte com resistência de O² por longa duração), onde o objetivo torna-se priorizar a oxidação do substrato de gorduras para melhorar a performance do indivíduo durante uma competição/prova.
2. Melhora a eficácia da insulina
Dependendo da carga e velocidade com que esse açúcar (glicose) chega em nossa corrente sanguínea, acarreta diferentes maneiras de elevação de nossa insulina, com ou sem picos abruptos. Em indivíduos diabéticos, a sensibilidade à insulina (principalmente do tipo 2) torna-se reduzida, devido a resistência periférica a esse hormônio, o que pode acarretar hiperglicemia (excesso de açúcar sanguíneo) e efeitos adversos na saúde.
Porém, durante a dieta cetogênica, foi evidenciado que, além de obter uma predominância de gorduras e atrasar a chegada desse açúcar na corrente sanguínea, por esse macronutriente ser o principal componente do plano alimentar e ocorrer o controle da glicemia, ocorre uma melhora da sensibilidade à insulina, acarretando numa possível melhora da capacidade absortiva da glicose pelas células de tecidos, como o muscular e hepático (fígado).
3. Saciedade
Durante essa dinâmica de planejamento alimentar, sinais como alto grau de saciedade podem auxiliar na manutenção e perda de peso, exclusivamente devido a maior quantidade de proteínas e gorduras na dieta. Além disso, outros fatores como menor lipogênese, maior e mais eficiente oxidação de gorduras, podem auxiliar na perda de peso.
![pessoas praticando exercícios](https://blog.nakednuts.com.br/wp-content/uploads/2021/02/pexels-photo-3621221.jpeg)
Conclusão
Recomendamos que você busque um profissional da saúde para te orientar neste processo, pois os efeitos podem variar de pessoa para pessoa. Além disso, o fato de termos que seguir restrições em carboidratos e em proteínas, evidencia ainda mais a importância de um acompanhamento de perto, visto a importância vital desses para o bom funcionamento de nosso metabolismo.
Lembrando que esta deve ser implementada com estratégia de início, meio e fim. Fatores como imunidade, perda de líquidos e digestibilidade de carboidratos prejudicada, podem ser fatores de atenção quando o tempo desse protocolo alimentar é estendido. Vale atentar-se à capacidade de aderência a essa dieta e ter em mente que a mesma busca otimizar a oxidação de gorduras e redução da massa gordurosa, não focada em hipertrofia muscular (crescimento da massa muscular), até por conta da queda na nossa principal via de “construção” de tecidos (anabolismo).
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