A dieta cetogênica, que data oficialmente, de 1920, como um tratamento alternativo aos medicamentos utilizados para tratar a epilepsia refratária em crianças, abriga algumas modalidades dentro dela, tais como a “Dieta Cetogênica Clássica”, a “Dieta Atkins Modificada”, a “MCT” (Medium Chain Triglyceride Ketogenic Diet – Dieta Cetogênica de Triglicerídeos de Cadeia Média) e a LGIT (Low Glycemic Index Treatment – Tratamento de Baixo Índice Glicêmico).
No geral, qualquer dieta cetogênica busca a mesma coisa: estimular a produção de corpos cetônicos, produzidos no fígado, utilizando-os como fontes para a produção de energia, devido à baixa quantidade de carboidratos, conferindo estado de cetose ao indivíduo, semelhante aos casos de jejum, onde surgiram diferentes protocolos, no intuito de que esses melhorassem a adesão, sem a necessidade de restringir o tempo hábil para a alimentação de forma brusca.
Neste artigo falaremos mais sobre essa dieta, como funciona, seus benefícios e malefícios. Se preferir, escute este conteúdo no segundo episódio do Naked Saúde, nosso podcast, onde convidamos três profissionais da saúde para explicarem sobre dieta cetogênica, de forma bem didática e sucinta (menos de 10 minutos). Confira!
O que é dieta cetogênica?
Conforme mencionamos anteriormente, a dieta cetogênica é uma dieta alimentar que visa a utilização de gordura como combustível para o seu corpo. De uma forma bem popular, essa linha de alimentação busca estimular o organismo a priorizar os ácidos graxos como fonte de energia, principalmente triglicerídeos, para a formação de corpos cetônicos (o que confere seu nome – “cetogênica”), pois os ácidos graxos livres (AGL) por si só, não são capazes de ultrapassar a barreira hematoencefálica (uma estrutura de proteção entre o sangue e o sistema nervoso central), logo não torna possível sua utilização como fonte energética.
Para que o corpo entenda que a “gordura” é o nutriente mais favorável para a geração de energia, é necessário seguir uma dieta com restrições, relacionadas principalmente a quantidade de carboidratos e parcialmente de proteínas.
A principal atenção mantém-se no carboidrato, onde na versão “Clássica”, até 20g diários ou 5% da ingestão de calorias diária é aceitável. Enquanto para as proteínas, essas permanecem numa proporção de 1g/kg corporal, por dia; ou seja, se você possui 70 kg, deve manter um consumo diário de 70g de proteína subdivididas entre as suas refeições. Vale lembrar que isso não torna a dieta cetogênica um sinônimo de dieta Low Carb.
Além desse, em outros protocolos mencionados, como o MCT e o LGIT, existe uma maior oferta de carboidratos. No MCT, existe o consumo de gorduras com capacidade mais cetogênica – o que possibilita o aumento no consumo de carboidratos, e no LGIT que se caracteriza pelo consumo de carboidratos de baixo índice e carga glicêmica (lembrando que glicemia refere-se a glicose no sangue; índice glicêmico seria a taxa de velocidade com a qual a glicose chega na corrente sanguínea; carga glicêmica seria a quantidade total de glicose oferecida por aquele carboidrato ao sangue). Já a MAD mantém uma restrição severa de carboidratos no dia a dia, com uma maior quantidade de proteínas e leve redução na quantidade de gorduras, mesclando proteínas de origem vegetal e animal, no intuito de não interferir no estado de produção dos corpos cetônicos.
O consumo de proteínas durante as refeições deve ser observado, pois quando acima do ideal e conforme a proteína, o organismo entra em gliconeogênese, ou seja, ele passa a transformar os aminoácidos (formadores das proteínas) gliconeogênicos em glicose e, consequentemente, o organismo passa a priorizar esse processo, dificultando o processo de cetose.
Ressaltando que vale o bom senso na hora de escolher os alimentos que farão parte da sua dieta, sempre respeitando os conceitos básicos da nutrição.
3 Benefícios da Dieta Cetogênica
1. Adaptação metabólica
Com a adequação na dieta cetogênica, o indivíduo passa a sofrer uma adaptação, principalmente no sistema nervoso central, onde passa a utilizar em suas células os corpos cetônicos como fonte de energia, adaptando-se e tornando mais eficiente sua oxidação, promovendo assim uma maior e mais duradoura, geração de energia.
Tal tática costuma ser implementada no processo de treinamento de atletas da modalidade de “endurance” (esporte com resistência de O² por longa duração), onde o objetivo torna-se priorizar a oxidação do substrato de gorduras para melhorar a performance do indivíduo durante uma competição/prova.
2. Melhora a eficácia da insulina
Dependendo da carga e velocidade com que esse açúcar (glicose) chega em nossa corrente sanguínea, acarreta diferentes maneiras de elevação de nossa insulina, com ou sem picos abruptos. Em indivíduos diabéticos, a sensibilidade à insulina (principalmente do tipo 2) torna-se reduzida, devido a resistência periférica a esse hormônio, o que pode acarretar hiperglicemia (excesso de açúcar sanguíneo) e efeitos adversos na saúde.
Porém, durante a dieta cetogênica, foi evidenciado que, além de obter uma predominância de gorduras e atrasar a chegada desse açúcar na corrente sanguínea, por esse macronutriente ser o principal componente do plano alimentar e ocorrer o controle da glicemia, ocorre uma melhora da sensibilidade à insulina, acarretando numa possível melhora da capacidade absortiva da glicose pelas células de tecidos, como o muscular e hepático (fígado).
3. Saciedade
Durante essa dinâmica de planejamento alimentar, sinais como alto grau de saciedade podem auxiliar na manutenção e perda de peso, exclusivamente devido a maior quantidade de proteínas e gorduras na dieta. Além disso, outros fatores como menor lipogênese, maior e mais eficiente oxidação de gorduras, podem auxiliar na perda de peso.
Conclusão
Recomendamos que você busque um profissional da saúde para te orientar neste processo, pois os efeitos podem variar de pessoa para pessoa. Além disso, o fato de termos que seguir restrições em carboidratos e em proteínas, evidencia ainda mais a importância de um acompanhamento de perto, visto a importância vital desses para o bom funcionamento de nosso metabolismo.
Lembrando que esta deve ser implementada com estratégia de início, meio e fim. Fatores como imunidade, perda de líquidos e digestibilidade de carboidratos prejudicada, podem ser fatores de atenção quando o tempo desse protocolo alimentar é estendido. Vale atentar-se à capacidade de aderência a essa dieta e ter em mente que a mesma busca otimizar a oxidação de gorduras e redução da massa gordurosa, não focada em hipertrofia muscular (crescimento da massa muscular), até por conta da queda na nossa principal via de “construção” de tecidos (anabolismo).
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