Você sabe para onde vão os resíduos que descartamos diariamente?
Crescemos com a ideia de que ao descartarmos nosso “lixo”, ele iria para esse lugar mágico do imaginário onde o bendito simplesmente desaparece, mas apenas porque desapareceu da sua vista, não significa que ele de fato tenha. Seja por falta de informação ou apenas pouca reflexão sobre o assunto, esse problema nasceu com o avanço da globalização, o consumo exacerbado e a falta de soluções para os resíduos gerados e acumulados.
Apenas em 2018 foi contabilizado no Brasil uma média de 79 milhões de toneladas de RSU (Resíduos Sólidos Urbanos), dos quais apenas 43,3 milhões de toneladas foram dispostas em aterros sanitários de maneira correta.
Há ainda uma grande quantidade de lixo gerada anualmente que continua sem ser coletada e que é depositada sem controle, causando inúmeros danos ao planeta.
E no Brasil, país com 211,8 milhões de habitantes, a crescente geração de resíduos urbanos se torna cada vez mais um problema para as cidades, para o sistema de saúde, devido à contaminação provocada pelo descarte inadequado, e para a natureza em seus vários desdobramentos.
Muito se discute como podemos oferecer soluções para a diminuição dessa produção de lixo, especialmente aqueles de “single use”, como garrafas d’água, copinhos plásticos e as demais embalagens descartáveis usadas pela indústria de bens de consumo não duráveis.
Em vista disso, mercados a granel e refil começaram a surgir ao redor do mundo, se adaptando ao movimento Zero Waste, que iremos aprofundar em seguida .
Espero que goste!
O que é o movimento Zero Waste?
O movimento zero waste veio junto com o crescimento das pautas de sustentabilidade nos anos recentes. Traduzindo, o termo significa lixo zero, ou seja, é o ato de reduzir a quantidade de lixo produzido a zero (ou quase). Para mantermos o lixo zero é importante repensarmos a maneira que descartamos o lixo e especialmente o que compramos, pois grande parte dos materiais nas prateleiras dos supermercados são descartáveis após um único uso, tornando a produção de lixo insustentável para o nosso planeta.
Por isso, com base nessa premissa, os adeptos ao estilo de vida zero waste começaram a criar inúmeras substituições aos produtos descartáveis do cotidiano, e com isso foram surgindo inúmeros negócios para suprir a demanda daqueles que queriam aderir ao movimento, mas que queriam maior praticidade e conforto ao mudar seus hábitos de consumo.
Porque o Zero Waste é importante para o mercado a granel?
O primeiro mercado zero waste foi inaugurado em 2007 em Londres, o mercado chamado Unpacked oferece produtos a granel como grãos, massas, cereais, chocolate, sementes, castanhas etc.
Outros mercados do segmento também oferecem, além desses produtos, refil de alimentos líquidos e bebidas como azeite, vinagre, suco, cerveja, etc. E ainda produtos de higiene e beleza, como shampoo, condicionador, sabonete, entre outros, tanto em barra como líquidos. E todos incentivam a reutilização de quaisquer embalagens que você já tenha em casa para a compra desses produtos, ou como opção secundária, a compra nos próprios locais de embalagens de vidro, para que você possa continuar reutilizando-as em suas próximas compras.
Com base na tendência de buscas disponibilizada pelo Google Trends, o interesse pela palavra chave “Zero Waste” ao redor do mundo, quando comparado com os últimos 5 anos, aumentou exponencialmente em 2019.
Nota-se que embora o assunto já venha sendo tratado há algum tempo, recentemente um “boom” de pesquisa e interesse por esses novos hábitos têm se tornado mais relevante, e com isso a indústria tem se atentado a se adaptar aos consumidores que não se contentam mais com o que foi imposto pelos tradicionais meios de consumo, os hipermercados abarrotados de industrializados, com pouca qualidade e muito lixo.
Segundo estudo sobre tendências globais realizado pelo IBM, “70% dos compradores entrevistados pagariam um valor adicional de 35% do custo inicial para compras sustentáveis e 57% deles estão dispostos a mudar seus hábitos de compra para ajudar a reduzir o impacto ambiental negativo.”
Portanto, mercados a granel, que sempre existiram, não necessariamente com esse propósito, agora devem entrar na onda da sustentabilidade e se adaptar ainda mais para ofertar o que os consumidores conscientes vêm procurando cada vez mais.
8 dicas para ter um negócio Zero Waste:
- Economia Circular: verifique o ciclo de vida de seus produtos ou serviços. Saiba todas as etapas do processo de fabricação ou criação até a entrega do produto/serviço final nas mãos de seu cliente e onde poderá reduzir, reutilizar, recuperar e reciclar materiais e energia.
- Planejamento: compre insumos de procedência sustentável.
- Logística reversa: viabilize a coleta e a restituição dos resíduos sólidos, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
- Matéria-prima confiável: analise o histórico do seu fornecedor, o que está comprando se vem de fonte renovável, baixo impacto ambiental e mão de obra responsável.
- Design sustentável: os produtos e serviços devem estar em sintonia com as questões ambientais, desde sua produção até a utilização e descarte.
- Neutralização de carbono: Para neutralizar suas emissões de carbono, a compra crédito de carbono ou cotas de reflorestamento em empresas certificadas é uma boa alternativa.
- Licenciamento ambiental: esteja sempre atento às demandas de licenciamento ambiental da sua empresa.
- Uso eficiente da água: Fique atento a vazamentos e desperdícios no dia a dia da empresa. Instale novas tecnologias que evitem possíveis desperdícios.
Exemplos de empresas que já aplicam o Zero Waste
Como materialização desse movimento, recentemente a Unilever inaugurou sua maior “Refill Zone” da Europa em parceria com o tradicional supermercado britânico Asda, fornecendo sete de suas marcas: Persil, PG Tips, Radox, Cif, Simple, Pukka e Alberto Balsam. Há três formatos de refil diferentes, fornecendo um “test and learn” do mundo real para entender o que funciona melhor para os consumidores em um ambiente de varejo.
No Brasil, já há algumas iniciativas devido à demanda crescente por tais produtos e por opções de mercados sem embalagens. Um bom exemplo é o caso do Pão de Açúcar, o supermercado criou o projeto “Reutilizar #praserfeliz”, onde disponibiliza, em algumas de suas unidades espalhadas pelo país, uma seção totalmente a granel onde os consumidores podem, e devem, levar as próprias embalagens para fazer a compra dos produtos.
Outro exemplo, é a loja Mapeei, localizada na Rua Augusta em São Paulo (SP). Foi o primeiro empreendimento Desperdício Zero do Brasil, a loja conta com uma vasta gama de produtos de higiene, produtos para casa, entre outros, tanto na loja física como em seu e-commerce.
Conclusão
Graças a essa nova geração de consumidores mais conscientes e responsáveis, a indústria terá de se adaptar, e rápido, para atender às demandas e anseios de uma economia e cadeia produtiva limpa e circular, oferecendo não apenas discursos, mas práticas consistentes tanto no varejo físico como no digital, onde o consumidor tenha meios acessíveis de manter um estilo de vida sustentável e o mais próximo possível da prática “Zero Waste”.
Portanto, se adaptar é inevitável e você pode começar com pequenas mudanças e alternativas para atender essa crescente demanda.
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Agora que você já sabe tudo sobre o movimento Zero Waste, entenda mais sobre possíveis Produtos Sustentáveis para Vender: Tendência e 4 Ideias [2021]
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Somos uma marca de pastas de amendoim, castanha de caju e pistache extremamente saborosas e nutritivas.
Acreditamos que é importante alimentar-se de forma saudável sem deixar de aproveitar os momentos e viver experiências.
Essa é a forma que nós enxergamos a vida real e somos seus amantes incondicionais.
Sabemos que saúde e momentos gostosos não só podem, como devem andar juntos.
